quarta-feira, 30 de abril de 2008

Entre bebidas e cigarros










É verdade que devemos ser a favor de todo o tipo de manifestação contra cigarros. O preço de um maço de Marlboro é de R$ 2,90, mas é capaz que, mesmo muitos fumantes acharem caro, continue sendo barato, principalmente se levarmos em conta o preço do cigarro na Europa e nos E.U.A. Esta substancia deve sim ser evitada por jovens e divulgar avisos sobre os problemas que os fumantes adquirem com o passar dos anos esta mais do que correto.



Porém, existem outras coisas que também deveriam ser bem obervadas, mas não são. É bem capaz que muitos discordem, mas a bebida alcoólica pode ser muito pior do que o cigarro, no entanto não é tratada como tal. Hoje em dia é proibido fumar em muitos bares, mas beber três ou quatro copos de uísque ou de caipirinha, onde ambos possuem um teor alcoólico alto o suficiente para causar embriagues, é perfeitamente permitido. Qualquer indivíduo embriagado pode ser um perigo, não só para sí próprio, mas também para aqueles que estão a sua volta. Já se tornou comum aparecerem notícias nos jornais mostrando acidentes de trânsito causados por bêbados inconsequentes, porém a censura quanto a bebidas alcoólicas é muito fraca. Há anos que não são mais permitidas propagandas de cigarros na televisão. Hoje, os únicos lugares onde existem propagandas de marcas de cigarro são nos pontos de vendas. Mas ainda vemos comerciais de cerveja, uísque, cachaça e vodka. Me arrisco a dizer que isso não passa de uma tremenda hipocrisia. Todos sabem dos males que o cigarro trás na vida de uma pessoa, mas o
que ninguém pensa, e deveria pensar é que o cigarro é um mal que atinge apenas aquele que fuma. É normal que existam pessoas que não gostem do cheiro e que se sintam incomodadas. É normal e compreensível, mas um fumante ao volante com o cigarro aceso não apresenta perigo para outros motoristas. Porém, uma pessoa embriagada pode ser letal dentro do trânsito. É um fato contra o qual não existem argumentos: qualquer bebida alcoólica existente pode alterar de uma forma considerável o modo de agir de qualquer um. Muitos se tornam agressivos e inconvenientes e são atingidos por uma consequência bastante desagradável. Mal estar, enjôo, dor de cabeça, tonturas, pressão baixa e fortes ânsias de vômito são algumas destas consequências para um indivíduo que se aventure em beber além do que o seu corpo lhe permite. Com tanto a ser debatido e controlado, por quê, até agora ninguém se propôs a mostrar tudo isso da mesma maneira como mostram os diversos problemas que o cigarros trás?
Seria o álcool menos prejudicial do que a nicotina?
O fato é que ambos trazem muito prazer para quem os consome, e aqueles que conhecem os próprios limites para ambas as substâncias não apresentam graves problemas. afinal, qual é o problema em tomar uma cerveja com uns amigos e fumar um cigarro depois do almoço?






Mas e o vício? É bom que fique claro de uma vez: nicotina vicia, mas quando alguém esta sujeito a se tornar escravo da bebida, a situação se torna muito mais crítica para este ser. O que é muito estranho é que este problema é pouco divulgado. Todos sabem que o cigarro causa câncer, impotência sexual, dificuldade de respirar e pode levar a uma morte prematura. Isso esta estampado na nossa testa desde muito antes dos comerciais serem proibidos. Mas fala-se muito pouco do que a bebida é capaz de fazer. O álcool pode destruir uma família e o máximo que nós vemos é um discreto "beba com moderação". Não é o suficiente.
Se olharmos nossa história, vamos bater de frente com diversas
figuras emblemáticas que se tornaram vítimas do alcoolismo, muito mais do que a nicotina. Existem diversos grupos de apoio para viciados em bebidas, incontáveis casos de cirrose ou morte por embriagues e ainda assim a mídia e o governo permitem que existam diversos comerciais sobre diferentes tipos de bebidas alcoólicas. É preciso existir uma coerência para uma assunto delicado como este. Durante este longo texto eu indaguei o meu inconformismo perante a este tema, afinal, é muito difícil de engolir uma trapaça dessas. No meu modo de ver, nós deveríamos colocar tudo isso em cima de uma balança e observar o que pode ser evitado. É muito errado inibir uma pessoa de sentir o prazer de fumar um cigarro ou de tomar um copo de uísque, desde que seja feito com responsabilidade, mas também não é certo ressaltar tantos problemas de uma substância que é, de fato, perigosa como o cigarro e esquecer o quanto a bebida pode ser letal para uma comunidade. Digo tudo isso como um fumante de Marlboro que já passou por momentos vergonhosos com a bebida, por isso que, talvez, eu tenha sido capaz de expressar esta opinião.




Por Lucas Cardoso

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