quarta-feira, 30 de abril de 2008

O espetáculo da vida


Ao formularmos um texto a ser publicado, logo pensamos nos artifícios que serão usados para deslumbrar e seduzir o nosso leitor. Eis então mais uma expressão da sociedade do espetáculo. Hoje em dia, com a hegemonia da imagem, vivemos o apogeu das produções espetaculares. Textos jornalísticos, programas televisivos, produções artísticas, entre outras formas de expressões humanas, na maioria das vezes, se valem da linguagem do espetáculo para despertar fascinação em seus respectivos consumidores.

A sociedade atual organiza sua realidade em torno dos objetos de contemplação, os quais são mitificados pelo poder imagético do espetáculo, uma vez que transforma os aspectos concretos da vida em aparências ilusórias. Como diz Guy Debord, “tudo o que era diretamente vivido se esvai na fumaça da representação”.

Vivemos o auge do processo do espetáculo. Nossas roupas, nossos perfis expostos na internet, nosso modo de estar no mundo, tudo reflete o momento histórico em que vivemos e, portanto, todas as manifestações devem ser gloriosas e extasiar o outro. Os meios de comunicação, por sua vez, também refletem fortemente os traços da sociedade do espetáculo, pois as produções midiáticas possuem valor mercadológico e, sendo assim, precisam deslumbrar o olhar dos leitores e telespectadores.

Os indivíduos acabam por contemplar e consumir passivamente imagens, cujo conteúdo reflete tudo o que lhes falta em sua existência real. Da mesma forma, buscam também transformar suas vidas em algo grandioso, espetacular, a fim de alimentar e seduzir o próximo. E é por isso que este texto também se insere nesse contexto e tem pretensões de ser um absoluto espetáculo.

Camila Silveira

2 comentários:

takezo disse...

É isso aí Camila...é que nem quando a seleção brasileira joga, se não der espetáculo não tem graça. Parece que voltamos a viver a época da Grécia antiga, tudo tem que ser belo. Tchau e bjs.

Márcio disse...

Você já pensou que seu próprio texto é espetacular?