segunda-feira, 31 de março de 2008

Crianças do século XXI



Há alguns dias atrás estou atenta ao comportamento das crianças desta nova geração e mesmo não sendo tão vivida assim, percebo muitas diferenças. Infelizmente a maioria delas não é lá muito positiva.
Conversando com uma garotinha chamada, Thais, sete anos, perguntei a ela do que ela costumava brincar com suas amigas e como era sua relação com os colegas no colégio.
Surpreendi-me com a reposta. "O que eu mais gosto é de jogar Nintendo Wii com meu irmão mais velho e as minhas colegas da escola, eu tenho todas elas no Orkut e no Messenger.

Perguntei-a, mas você não brinca de boneca, casinha, não joga bola?
"Não é muito difícil, como eu moro em apartamento não tem espaço e minha mãe fica preocupada de me deixar brincar no prédio.

Reparei também no seu vasto e atual repertório musical, a garotinha com apenas sete anos, sabia de cor e salteado os mais novos funks e a única coisa "melhor" que podia escuta- La cantar era as músicas da novela mexicana "Rebeldes".

Todas estas informações me fizeram relembrar os desenhos que eu assistia junto com minha irmã. Nossas brincadeiras eram inocentes, como acredito que deva ser uma criança. Recordei as tardes que brincávamos com outras de crianças de casinha, cobra cega, ciranda, desfile de roupas da mamãe e outras tantas brincadeiras que nos faziam interagir com outras crianças e não com os aparelhos eletrônicos.

Pergunto-me, como estas crianças vão agir diante de uma discussão, como por exemplo, a que minha colega de grupo Gleyce citou em seu texto?
Difícil imaginar que uma geração que passa horas em sites de relacionamento e brinca com jogos eletrônicos a maios parte do tempo, conseguirá se relacionar com as pessoas na vida, se em sua infância não tem oportunidade de aprender a expressar e controlar suas reações e sentimentos no relacionamento com outras crianças.

Maysa Figueiredo

Ela deveria transmitir uma mensagem...

O alarme do meu celular anuncia: 17:30 horas! Ansiosamente aguardava por esse horário. Fim do expediente. Estava exausta, queria apenas chegar em casa e dormir. No entanto, sabia que ainda devia ir à faculdade.
Então, caminhando até o ponto de ônibus, me vinham pensamentos na cabeça: "não posso esquecer de postar no blog. Mas sobre o que falar?"
Ônibus lotado. Trânsito que parecia não ter mais fim. Mochila pesada, mas nenhuma pessoa que estava ali sentada ofereceu para segurá-la enquanto o ônibus balançava e me fazia desequilibrar. Isso poderia ter evitado algo desastroso para outra pessoa há alguns metros do mesmo veículo.
Já na metade do caminho, ouço gritos. Duas mulheres histéricas. Agora ninguém mais pensava no cansaço, no congestionamento, pois elas se tornaram o centro das atenções.
Uma acusava a outra a outra de ter jogado a bolsa em seu rosto de próposito em uma freada e ter ainda dado uma risada "irônica" , em uma freiada. A outra alega que foi acidentalmente. Naquele escândalo, a suposta vítima diz: "você fez isso porque você é racista!"
Oras, a briga não era apenas por causa de uma bolsa?
A briga se agrava. Elas quase saem aos tapas, dizendo que vão resolver o assunto lá fora: "se você tem coragem de me bater aqui dentro, quero vê se você é mulher também pra me bater lá fora!"
Tudo por um mal entendido que poderia ser resolvido em questão de segundos. Um simples "desculpas" poderia resolver. Apenas uma palavra.

Graças ao avanço da humanidade - e consequentemente a tecnologia - a transmissão de uma mensagem se torna cada vez mais avançada à longas distâncias. E como é possível que pessoas tão próximas ainda tenham barreiras na hora de se comunicar?

E para completar, diante dessa confusão, perdi o o ponto que eu ia descer. É, por uma falta de comunicação, o motorista também não conseguiu entender que eu precisava descer um ponto antes, onde eu apertei o sinal e ele deveria ter parado... mas não parou.

Gleyce Miranda

Sempre em evolução...

Relógio? Calendário? Máquina de calcular?
Oras, pra que tudo isso? Qual o motivo para ocupar tanto espaço? Que coisa mais ultrapassada!
Fico imaginando que essas perguntas um dia poderão vir dos meus filhos.
Hoje na minha mesa tenho logo na minha frente um calendário (esses que se ganham daqueles fornecedores das empresas no fim do ano, sabe?)
Confesso que coisa raríssima é olhar para aquele papel. Dali ele só sai quando é preciso limpar a mesa.
Logo ao lado, tenho uma calculadora. Eu até uso às vezes.
Tudo isso porque quando eu chego ao escritório a primeira coisa que faço é tirar o celular da bolsa e deixá-lo do lado do computador. Nele, eu tenho acesso às ferramentas que hoje se tornam figuras decorativas em cima da minha mesa.
O relógio? Nem uso. Tenho o do celular.
Dicionário? Só em sala de aula... é só "jogar no google" que em menos de 10 segundos vou obter diversos significados da palavra que procuro.
Assim, tudo se torna cada dia mais prático. Cada vez temos mais ferramentas embutidas em um aparelho só. Estamos em constante progresso sempre. Que maravilha! O pr0gresso que tanto McLuhan falava.
E cada vez mais precisamos dessa evolução, dessa tecnologia. E nunca estamos satisfeitos: quanto melhor as ferramentas do dia-a-dia se tornam, melhor ainda queremos que elas fiquem...


Gleyce Miranda

Sociedade modificada


Ouvindo a música, intitulada, “Pela internet” do compositor e intérprete Gilberto Gil, consegui desenvolver uma reflexão sobre como as extensões do homem, por exemplo, a internet, facilita nosso dia a dia e como se tornou tão importante ao ponto de nos tornar dependentes.

“Criar meu web site, fazer minha home Page. Com quantos gigabytes se faz uma jangada, um barco que veleje”. Este é um trecho da música que expõe como se tornou fácil conhecer e ir a outros lugares através da internet. A linguagem usada pelo grupo de pessoas que utilizam esta extensão se adaptou ao cotidiano das pessoas que vivem na a “era tecnológica”.

“Eu quero entrar na rede, promover um debate, juntar via internet um grupo de tiétes de connecticut”. Com a agilidade da internet podemos nos comunicar e interagir com pessoas do outro lado do mundo, quem não se adapta ou não consegue assimilar toneladas de novas informações que vem modificando cada dia mais nossas vidas é automaticamente excluído dos grupos que são formados pela sociedade que busca cada vez mais conhecimentos dentro da tecnologia que torna nossos dias mais práticos.

Seria difícil para geração de hoje retroceder e viver sem a internet e todas as outras extensões criadas pelo homem, que foi modificando e na verdade quem mais se modificou nos últimos tempos.

Hoje não seria incapaz de resolver minhas tarefas de trabalho sem internet, mas garanto que teria muita dificuldade para isso. Outro exemplo é estudar, para ingressar em um curso universitário, hoje é necessário acessar a internet, pois o sistema criado pela maioria das universidades oferece aulas a distância e disponibiliza seus dados acadêmicos em um site,logo caso não tivesse acesso, não poderia pertencer a este grupo de pessoas.

Acredito que as extensões criadas pelo homem se tornaram vícios e de certa forma padroniza e estabelece regras para continuarmos vivendo em sociedade sem deixar de pertencer ao mesmo grupo, tendo além de tudo imagem de Status quem está sempre antenado as mais inovadoras criações tecnológicas.

A ultima parte da música consegue transmitir isso. ”O chefe da polícia, carióca avisa pelo celular que lá na praça onze tem um videopôquer, para se jogar”...
Maysa figueiredo

O bairrismo que aqui impera

A cidade de São Paulo é conhecida por ser, não só a mais importante cidade do país, como também da América Latina, por sua economia, sua cultura e por ser uma metrópole de nível Beta (ou seja, apresenta relevância também para o mundo). Além disso, São Paulo também mostra seus pontos turísticos, bares, boates, parques e uma grande variedade de diversão e entretenimento. Muitos paulistanos bairristas afirmam que seria o fim do Brasil sem o estado paulista.




Avenida Paulista movimentada à noite





Do lado de São Paulo estão os vizinhos cariocas. O Rio de Janeiro recebeu o título de 'cidade maravilhosa' na década de 1930, quando esta ainda estava soberana em tudo perante ao país. Porém, com o tempo, o Rio viu-se como segunda principal cidade do Brasil e ex-capital nacional. Hoje os cariocas recebem turistas todo o ano. Muitos gringos querem ver de perto os tão comentados Pão de Açucar e Cristo Redentor e dar um mergulho nas praias de Ipanema e Copacabana. Grande parte da economia carioca é baseada no turismo da cidade.


Vista do Corcovado para o resto do Rio

Mas, por quê falar de tudo isso? O propósito é ressaltar o bairrismo predominante e a rivalidade existente entre as duas cidades.
São Paulo e Rio de Janeiro são as duas cidades mais importantes do Brasil em praticamente todos os sentidos, mas paulistas e fluminenses se sucumbem a uma briga (isso mesmo, uma briga) que existe desde que o Brasil se conhece por ser independente, ou talvez antes. Mas qual é o motivo desta briga? É possível analisar ambos os lados. Paulistas e paulistanos são consideradas pessoas estressadas por fluminenses e cariocas, que são, por sua vez, considerados folgados pelo povo de São Paulo.

Mas é ainda mais do que isso. Estas capitais ainda brigam para ver qual é a principal cidade do Brasil, mesmo o título já sendo de São Paulo. Além disso, os bairristas de cada território discutem os principais problemas dos rivais e esquecem do seu próprio. Engarrafamentos, atendimentos públicos precários, poluição e violência são problemas ligados a ambas, no entanto são debatidos como se apenas uma das duas fosse portadora destas complicações.

Apesar disso, o bairrismo pode ser um trunfo para beneficiar uma cidade. Cuidar e amar o seu lugar de origem e querer apenas o seu melhor, mesmo com todas as rivalidades e rixas existentes, é um trunfo, é uma vantagem, muito mais do que um problema. As desavenças entre São Paulo e Rio de Janeiro podem ser algo ruim para o país, mas se todos fossem bairristas conscientes, que colocassem suas cidades como prioridade sem esquecer do país, talvez o nosso Brasil estivesse em uma situação melhor. Não é pensando em ver um estado rival em ruínas ou apoiar o separatismo em certas partes do território nacional que vamos ver o nosso país crescer ou melhorar. Devíamos ser uma unidade que pensa nos principais interesses do nosso lugar de origem, afinal, antes de sermos paulistanos ou cariocas, somos todos brasileiros. O bairrismo faz as pessoas esquecerem disso, por isso é um trunfo mal aproveitado, ou muito mal administrado.

Infelizmente nós vemos muitos cidadãos brasileiros desejarem o pior para a cidade vizinha por causa desta rivalidade. É muito difícil dar uma boa olhada para tudo isso e querer que toda essa briga simplesmente acabe. Não é assim que as coisas são e não é isso que vai acontecer. Esta rixa já se prolongou demais para acabar sem mais nem menos. A impressão que dá é que, com o passar dos anos, estes fatos pioraram desde que tudo começou. Minha conclusão é: se é tão difícil deixar de lado o bairrismo do jeito que é, vamos usá-lo a nosso favor. Vamos cuidar, preservar e amar o que é nosso. Vamos nos preocupar com os mínimos detalhes que são da responsabilidade dos cidadãos. No fim, é o que faz a diferença.

Por Lucas Dias Cardoso

Televisão e entorpecimento





Na semana passada, a Rede Globo exibiu a final de um dos programas recordes de audiência na televisão brasileira, o Big Brother Brasil. Milhares de brasileiros dedicaram um momento de suas vidas para assistir a uma versão pós-moderna da encenação da vida humana e, dessa forma, ver seu próprio reflexo refletido na tela.


Dos meios de comunicação de massa existentes, a televisão é o que expressa de maneira mais eficaz a idéia de Mcluhan que defende que os meios de comunicação são extensões do homem e seus efeitos estão relacionados com a maneira como estes atuam sobre a percepção humana. A televisão entorpece os sentidos de seus telespectadores, já que se apresenta como uma extensão do homem, num material que não pertence a ele. A imagem fascina e mostra-se, segundo Macluhan, como um agente “produtor de acontecimento”, mas não “agente produtor de consciência”.


Quando ligamos a televisão durante o horário nobre, nos deparamos com programas cuja principal função é agradar e satisfazer o telespectador ao invés de suscitar reflexões críticas, ou então aguçar sua sensibilidade. As novelas, por exemplo, reproduzem estereótipos e expressam o modo de vida da elite dominante e, conseqüentemente, ocultam as verdadeiras condições sociais do país. Dessa forma, somos afastados de assuntos de interesse público e conduzidos ao universo do consumo desenfreado e da alienação.


Os noticiários de TV, por sua vez, na tentativa de oferecer-nos o mundo inteiro num instante, acabam por nos afastar da realidade concreta, da noção de tempo e espaço. Temos a sensação de que fomos informados sobre tudo, porém de nada sabemos.


Ao contemplar extensões de nós mesmos sob forma tecnológica, acabamos por adotá-la e incorporá-la em nosso cotidiano. Entretanto, assistimos a um reality show ou um telejornal para nos distrair, entorpecer e, dessa forma nos tornamos indiferentes, anestesiados e impossibilitados de fazer reflexões mais profundas sobre as questões que nos rodeiam.


Camila Silveira

domingo, 30 de março de 2008

O cotidiano na sociedade da informação


São Paulo, sexta-feira, 28 de março. Véspera de final de semana. Depois de uma semana de trânsito frenético, ritmo desenfreado de trabalho e bombardeio de informações, estava ansiosa para poder me entregar ao ócio, sair com os amigos, viver, pelo menos um pouco. Então, entrei no ônibus e, para amenizar o desespero que o trânsito da cidade desperta em qualquer ser vivente, peguei meu celular para combinar o passeio da tão esperada sexta-feira.

Eis que, na era da informação e dos avanços tecnológicos, o sistema da operadora do meu celular entra em colapso. Resultado: não era possível fazer e nem receber chamadas. A ansiedade, que já é um senso-comum na vida moderna, ficou então mais angustiante e acirrada. Como viver sem celular? Essa questão suscitou, então, muitas reflexões acerca da importância crescente que os meios de comunicação adquirem nas nossas vidas e as transformações que provocam nos nossos estilos de vida.

Não precisamos pensar em tempos muito remotos, para discorrermos sobre como seria a vida sem os “milagres tecnológicos”. Ao pensarmos em como era a vida dos nossos avôs, ou mesmo pais, sem internet, celular ou microondas, temos a sensação de que a vida em sociedade, da forma como a concebemos, era muito difícil.

Hoje em dia, nos tornamos dependentes da tecnologia e da comunicação em rede. Quando somos afastados da rapidez e comodidade proporcionadas pela era digital, nos sentimos inseguros e perdidos no tempo e no espaço. Além disso, os meios de comunicação transformam nossos pensamentos, moldam nosso cotidiano e destroem fronteiras. Dessa forma, o mundo retrai-se nas suas dimensões virtuais, tornando-se, de acordo com o conceito criado por Mcluhan, em uma aldeia global, enquanto a potencialidade do homem alcança uma escala planetária. Adaptamos nossa vida à velocidade das informações e somos tomados pela euforia da vida moderna.

Depois de tantas questões despertadas por um pequeno caos, cheguei em casa e, enfim, fiz ligações do telefone fixo e entrei no ritmo da sociedade da informação...


Camila Silveira

George Orwell e a profetização sobre a sociedade moderna


Este ano um clássico da literatura britânica completa 60 anos: 1984, data que intitula a obra de ficção de George Orwell (também autor de Revolução dos Bichos). O livro levanta questões sobre os meios de comunicação e também sobre as extensões do homem.

Antes, vale lembrar que hibridização são as inter-relações de meios ou extensões. Todos os meios são extensões do nosso corpo, ou seja, a projeção que se materializa e se torna parte da gente. Neste momento, por exemplo, o teclado é uma extensão de minha mão. Pronto! Agora posso voltar ao livro 1984.

Poucos sabem, mas a obra serviu de inspiração ao Big Brother. No livro, usa-se a tradução Grande Irmão. George Orwell profetizou sobre os partidos políticos, tendências de direita e esquerda e também refletiu sobre o poder da televisão no controle de vidas e mentes. Na história, em cada apartamento, escritórios, restaurantes e outros estabelecimentos, lá estava ela. O autor a batizou como Teletela. Poderia explicar o livro inteiro, outras implicações filosóficas e teóricas contidas nas 285 páginas desta obra, mas não, a televisão será o objeto de reflexão.

A Teletela é uma espécie de extensão do poder autoritário como também do mundo dos cidadãos. Serve como fábrica de mentiras, cria o medo generalizado, inventa guerras e inimigos, fala do país – no livro, Oceania – como uma grande potência graças ao trabalho do povo – membros do partido. De fato, a televisão no mundo real, dos nossos lares, tem este poder. O ponto central do livro são as extensões e as maneiras que o Partido cria para limitá-las e diminuí-las. O televisor vigia os sonhos, a vida ‘particular’, o trabalho e etc. A foto, que virou cinema, que ganhou som e virou televisão, torna-se um híbrido de controle da opressão ditatorial, que George Orwell descreve em seu livro.

“O enredo sob a perspectiva de Oceania, mostra como teletelas permitem que o Chefe Supremo do Partido, o Grande Irmão – o Big Brother no original inglês –, vigie os indivíduos e mantenha um sistema político cuja coesão interna é obtida não só pela opressão, mas também pela construção de um idioma totalitário, a Novilíngua, que, quando estivesse completo, impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao Partido”. (informação contida na orelha da capa da edição da Companhia Editora Nacional, traduzida por Wilson Velloso)

Para finalizar, ficam as perguntas para refletirmos. Os meios controlam nossas vidas? Somos pautados a nos comportar conforme as tendências?

Coadjuvantes ou protagonistas, devemos pensar como agir e assimilar as tempestades de informação.


Jeniffer Villapando

Século XXI: um início conturbado

O filme “Nós que aqui estamos por vós esperamos”, de Marcelo Masagão, sintetiza o século XX em imagens. Por meio de personalidades históricas, artistas e meros desconhecidos, o filme-memória, de 1999, nos faz refletir sobre os estigmas da sociedade moderna. Guerras, consumismo, loucura, transições culturais: nada escapou aos olhos do diretor.

Mas quais poderiam ser as imagens marcantes deste início de século XXI? Difícil dizer, já que a produção em massa de informações e valores é cada vez maior na era digital. Algumas, porém, refletiram compulsoriamente na maior parte da população mundial.


11 de Setembro: ataque às Torres Gêmeas


Em 2001, a tragédia foi transmitida em tempo real. Eu, por exemplo, assisti às imagens no cursinho. Ao vivo, acompanhei o segundo avião atingir a outra torre do World Trade Center, em Nova Iorque. Saldo: além da destruição e dos milhares de mortos, os EUA, maior potência do planeta, mostraram ao mundo sua fragilidade. Foi o início da Guerra - primeiro no Afeganistão, depois no Iraque. O 11 de setembro ainda persiste como criador de imagens.


Zidane 'perde' a cabeça

Alemanha, 2006, final da Copa do Mundo entre Itália e França. Cômico ou trágico? Há quem arrisque dizer que foi tragicômico. O francês Zidane deu uma cabeçada no zagueiro italiano Materazzi. Expulso, um dos maiores jogadores da França viu sua seleção ser derrotada dos vestiários. Um momento de loucura no esporte mais popular do mundo, o que nos remete a um momento de insanidade.

Tsunami, em 2004, na Indonésia

Se ao final deste século alguém desejar fazer o mesmo que Masagão, não irá deixar de lado as imposições da Mãe Natureza. Derretimento dos pólos, tsunamis e furacões. O homem desregulou o globo. A ganância do século XX, que torcemos para que não se prolongue ao longo dos próximos 93 anos, gerou fortunas; e desgraças.

Jeniffer Villapando





sábado, 29 de março de 2008

Desperdício: A “imagem” do século XXI








Não sei como começar essas mal traçadas linhas. Penso comigo: por quê não começar do agora, do presente? Afinal, ainda está fresco na minha cabeça. Posso discorrer com mais facilidade, tirando que é uma situação que se encaixa “como uma luva” no tema ao qual me pré-disponho a falar.

Meus minutos anteriores expressam perfeitamente a quantas andam as pessoas neste começo de século XXI. Estou aqui com febre, uns 37,8º. Durante a última noite estive bem pior, minha febre atingiu o pico de 38,8°. Não, não quero dizer que o mundo atual está febril, mas evidencio que qualquer pessoa normal estaria repousando neste exato momento. Foi o que fiz, mas como a maioria também sempre faz, não a ponto de ficar bom.

Isto mesmo. Em vez de estar deitado esperando que os remédios fizessem efeito por completo, não resisti a uma pequena visita ao messenger (MSN) para saber quem estava on-line e também a responder alguns recados no orkut, os tão conhecidos “scraps”. Depois de pouco mais de uma hora fazendo isso, sinto que nada de novo foi-me acrescentado. Preciosos minutos da minha vida se perderam e o vazio costumeiro apenas cresceu dentro de mim.

Tenho plena certeza que isso não acontece apenas comigo. Nessa era tecnológica, as pessoas geralmente dedicam atenção e tempo a coisas sem importância. O famoso peso na consciência vem logo depois e nos deixam piores.

No meu caso, por exemplo, será que esse tempo perdido não poderia ser revertido em uma melhora se eu estivesse em repouso? Continuo doente e meu vazio aumentou. Esse é meu saldo diante de tudo isso.

Pior que analisar o saldo, é saber que a teoria é sabida, mas não colocada em prática. Os mesmos erros são cometidos e os mesmos arrependimentos nos seguem.

Apenas tendo por base esse pequeno contexto, já tenho base suficiente para afirmar que o século XXI é o século do desperdício. Desperdício de tempo, desperdício de momentos, desperdício de vida.

Também podemos citar aqueles desperdícios que não são abstratos. Entre os desperdícios palpáveis, temos o desperdício da água, desperdício de alimento e de tantos outros bens de consumo.

Posso estar redondamente enganado, mas não volto atrás em nenhuma palavra. Após o vazio sentido, felizmente consigo dar um sorriso. Apenas o fato de pensar e refletir sobre tudo isso já é uma ótima forma de aproveitar meu tempo. Continuo com meu corpo extremamente dolorido devido à febre, mas, pelo menos agora, consigo sentir minha mente um pouco mais saudável. Acabei de exercitar meu mundo inteligível, algo que temos feito pouco hoje em dia.

domingo, 23 de março de 2008

Vício faz bem?


A verdade é que eu não tinha a pretensão de publicar dois textos em menos de uma semana, mas depois da visita que fiz ao blog Huga-Buga mudei de idéia. Não consegui comentar o texto do meu amigo Rodrigo Capelo, então não vejo outro jeito para questionar a suas idéias a não ser fazendo de meu comentário um texto.
Partindo do ponto que o Capelo considerou o principal de seu raciocínio em que ele diz que acredita que as extensões não nos prejudicam e não nos faz dependentes. Afirma que é contra a qualquer insinuação que vícios prejudicam as pessoas, já que esses nos constituem, e entre outras coisas, servem como relaxantes. Ele faz uma pergunta extremamente interessante também, duvida da importância da geladeira em nossas vidas, assim como faz com a energia elétrica.
Certo, vamos lá...
1ºSomos escravos sim de nossas extensões, já que podemos desligar, nos desfazer e viver de uma maneira diferente, mas não o fazemos, pq? Porque somos dependentes. O vício, inclusive, ao meu ver, começa exatamente aí, quando você pode viver diferente, porém não vive porque se sente de alguma forma preso a aquilo. Quando é necessário que você perca, ou que alguém tire uma extensão de você para se adaptar a uma mudança, não se pode considerar que deixou de ser dependente, e sim, que você foi obrigado viver em novas circunstâncias. E esse papo de: “Eu posso deixar de lado quando quiser” e “Eu tenho controle”, é bem papo de viciado, rs.
2ºVoltando no século XIX, quando a geladeira não tinha sido criada ainda. As pessoas tinham que se virar como podiam para estocar os alimentos sem estragá-los, quase sempre sem sucesso, era um desperdício danado. Nos tempos de hoje sem geladeira perderíamos um tempo absurdo indo ao mercado todos os dias para comprar os alimentos do dia para consumirmos no dia. Acredito com toda certeza que ela faria falta, não só na minha casa como na sua também.

Concluindo
Os vícios são negativos às pessoas, como tudo que não há equilíbrio, que é extremo. A partir do momento em que não há meio termo é prejudicial. Pode ser até uma saída, um refúgio ou/e um escape, mas é inegável o mal que faz.

Natália Oliveira

sábado, 22 de março de 2008

Ela se recusou morar na aldeia...

Véspera de feriado, relógio marcando 22:00h, não é um bom horário para se trabalhar, mas não tenho escolha, existem pessoas com fome e eu preciso atendê-las. Trabalho para uma grande rede de fast food numa empresa que fica á poucos metros da minha casa. Sentada numa cadeira na central de atendimento, olho para o monitor do computador sem saber ao certo se torço para receber uma ligação ou se tapo os ouvidos para as lamentações da atendente ao meu lado. Na verdade, não sei o que é pior. Por um momento me desligo daquele lugar, lembro de compromissos que terei na semana e trabalhos que preciso fazer. Faculdade! Nossa, tinha esquecido! O texto do blog. Começo a pensar. Penso, repenso e penso de novo, preciso de um tema para escrever algumas linhas no site. Paro, lembro das aulas e nada, nenhuma luz.

O telefone toca, alguém de algum lugar do país está ligando...

-Delivery 28 minutos Natália boa noite com quem falo?- atendo. Calculo que já tenha dito essa frase pelo menos umas 30 vezes só hoje

-Elza - responde do outro lado da linha

-Olá senhora Elza, a senhora fala do telefone 56336622?

-Sim – ela confirma

-Qual endereço para entrega?- pergunto

-E precisa?

-O pedido só chega na sua residência se tivermos o endereço...- não gosto de ironias, mas não foi possível deixar de usá-las.

-É na frente do bar do Zézão!

-Senhora, não conheço o bar do Zézão, preciso do endereço completo! Rua? Número?Bairro?Cep? – tenho esperança que o contato terminará em poucos segundos.

-Você não conhece? Então você não é baiana...- diz a mulher inconformada

-Não senhora, não sou! Nasci em São Paulo, moro em São Paulo, trabalho em São Paulo, e é de São Paulo que estou falando com a senhora!

-Ixii moça! Então vai “vim” caro à conta, é interurbano que cobra né?

Quero acreditar que ela está brincando. Espero, para que ela dê risada e diga que só foi uma piada para descontrair, mas ela não faz, então volto na linha.

-Para senhora estar falando comigo agora, a senhora ligou 0800, e 0800 é gratuito!

-I é? E como faço para fazer meu pedido?- pergunta, como se tivesse falando há 5 minutos com uma pessoa que não falasse a mesma língua que ela.

-A senhora pode fazer comigo, mas antes precisa informar o endereço para entrega – tenho certeza que um gravador nesse momento facilitaria bastante minha vida. E depois da pergunta a seguir, um remédio para o coração também.

-Tá, mas se você está em São Paulo e eu aqui, como vai chegar minhas esfihinhas?

-Envio seu pedido por sistema para loja mais próxima – na hora percebo que se ela não entendeu o 0800 ela não vai entender o sistema

-Sistema? Que sistema? Sedex?

Controlo minhas pernas que balançam impacientes, respiro fundo, não sou grossa, mas estou cansada e me pergunto como ela não entende a simplicidade do que explico. Tenho vontade de dizer: “É o correio que entrega, mas ao invés de ser na caixinha, é num envelope”, no lugar dessa estupidez me permito responder o último: “Não, senhora” àquela mulher.
Ela fica cismada, resmunga algo que não entendo, e desliga sem fazer o pedido, sem informar o endereço e sem entender o que exatamente aconteceu.

O silêncio paira

Meus pensamentos vão além, penso em algumas palavras na teoria de McLuhan que diz que: “o progresso tecnológico estava reduzindo o mundo à mesma situação que ocorre em uma aldeia, ou seja, a possibilidade de comunicar diretamente com qualquer outra pessoa que nela se vive...”
Lembro da mulher, penso que deveria ter sido mais paciente, talvez a teoria de Mcluhan não a convencesse, ou mais possível, talvez ela não conhecesse a teoria, enfim, nada adiantava mais, ela já tinha desligado e eu precisava atender a próxima ligação...

Natália Oliveira

terça-feira, 18 de março de 2008

Filmes de estrada trazem destinos duvidosos

Filmes que marcam, clássicos do cinema, vencedores do Oscar. É o que se espera de grandes produções ou grandes interpretações. É muito difícil avaliar obras que são dignas de receber algum destes estigmas. No entanto, é muito fácil termos uma definição concreta sobre Road Movie.
Estradas, personagens sem rumo ou destino, selvagens e em busca de algo incerto, são características marcantes de um Road Movie. É possível citar vários exemplos de filmes com personagens notáveis que, de alguma forma e sem qualquer tipo de explicação certa, querem se encontrar, querem achar o motivo de sua existência ou simplesmente acabam caindo na estrada apenas por coincidência e, talvez por uma obra do destino, descobrem um ser dentro de sí que esteve adormecido ou que talvez nem existisse.
Filmes como Thelma & Louise, de Ridley Scott com Susan Sarandon e Geena Davis ou Assassinos por Natureza, de Oliver Stone com Woody Harrelson e Juliette Lewis retratam com clareza um destino vago e uma consequência existente em filmes de estrada.
Muitos destes filmes tornaram-se cult ou até mesmo clássicos como os já citados Thelma & Louise e Assassinos por Natureza e ainda outros como Sem Destino, com Peter Fonda e Jack Nicholson e Coração Selvagem com Nicolas Cage e Laura Dern.
Mas como defini-los? Drama? Aventura? Até mesmo suspense torna-se uma opção em alguns casos. É possível crer que os Road Movies trazem um leque de gêneros, o que os torna muito difíceis de rotulá-los. Talvez a definição mais certa ou mais convincente seja mesmo de Road Movies.

Autor: Lucas Dias Cardoso