O século XXI sem dúvidas é o mais intrigante entre os últimos que se passaram. Digo isso não só pela tecnologia existente ou pelos novos instrumentos facilitadores que surgem todos os dias.A mídia, de uma forma quase que geral, dá mostras da sua verdadeira identidade. A espetacularização da notícia é sua impressão digital nos tempos atuais. Foi-se aquele glamour de se investigar ou correr atrás de situações que fossem desconhecidas e de interesse público.
Hoje, isso custa tempo e dinheiro. O capitalismo selvagem já não dá mais esse tipo brecha àqueles que correm atrás de informações relevantes. Já que tudo precisa ser vendido da forma mais rápida possível, a notícia se torna um produto. O jornalista ou repórter fica apenas com o papel de enfeitar esse produto. O intuito é apresentá-lo de um jeito que todos se interessem e queiram “comprá-lo”.
Até me arrisco a dizer o repórter do século XXI é o maquiador de notícias ou narrador do espetáculo que ele mesmo ajudou a criar. O que se vê é um show pirotécnico em cima das barbáries cometidas contra crianças. Ou então, uma dramatização exagerada dos muitos fatos que chocam a sociedade.
Percebe-se que a imprensa tenta tirar o máximo do sentimento e da emoção de cada entrevistado. Como o cenário atual é bastante novelesco, esse é um ótimo meio de mexer com o emocional alheio e assim atrair mais leitores. Quer dizer, leitores não, talvez, "mais público".
Exatamente, o leitor ou telespectador de ontem, hoje pode ser classificado como público. Quem sabe não é por isso que os teatros têm perdido seus apreciadores com o passar dos dias. Afinal, para quê ir ao teatro se as cortinas já estão sendo abertas fora dele, não é mesmo?
Autor: EMERSON VIANA
3 comentários:
Acho difícil julgar outros séculos se nós só vivemos neste ou, no máximo, no final do anterior.
Também não me arriscaria a rotular todos os repórteres, médicos ou lixeiros, de coisa alguma. Existem muitas diferenças entre casos e casos.
Rodrigo,
Em momento algum fiz julgamento...apenas disse que a raíz jornalística tinha o objetivo do jornalismo sério.
Fui bastante explícito na crítica, mas não generalizei. Em uma parte eu coloquei que: "A mídia, de uma forma QUASE que geral."
O que vejo nos últimos dias é isso...poucos se salvam desse rótulo de espetacularização da notícia...
Caro,
A noticia sempre teve caraáter espetacular. Adivinha por que os jornais sempre usaram manchetes...
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