quinta-feira, 1 de maio de 2008

Abram-se as cortinas: vem aí a arte dos veículos de comunicação

O século XXI sem dúvidas é o mais intrigante entre os últimos que se passaram. Digo isso não só pela tecnologia existente ou pelos novos instrumentos facilitadores que surgem todos os dias.

A mídia, de uma forma quase que geral, dá mostras da sua verdadeira identidade. A espetacularização da notícia é sua impressão digital nos tempos atuais. Foi-se aquele glamour de se investigar ou correr atrás de situações que fossem desconhecidas e de interesse público.

Hoje, isso custa tempo e dinheiro. O capitalismo selvagem já não dá mais esse tipo brecha àqueles que correm atrás de informações relevantes. Já que tudo precisa ser vendido da forma mais rápida possível, a notícia se torna um produto. O jornalista ou repórter fica apenas com o papel de enfeitar esse produto. O intuito é apresentá-lo de um jeito que todos se interessem e queiram “comprá-lo”.

Até me arrisco a dizer o repórter do século XXI é o maquiador de notícias ou narrador do espetáculo que ele mesmo ajudou a criar. O que se vê é um show pirotécnico em cima das barbáries cometidas contra crianças. Ou então, uma dramatização exagerada dos muitos fatos que chocam a sociedade.

Percebe-se que a imprensa tenta tirar o máximo do sentimento e da emoção de cada entrevistado. Como o cenário atual é bastante novelesco, esse é um ótimo meio de mexer com o emocional alheio e assim atrair mais leitores. Quer dizer, leitores não, talvez, "mais público".

Exatamente, o leitor ou telespectador de ontem, hoje pode ser classificado como público. Quem sabe não é por isso que os teatros têm perdido seus apreciadores com o passar dos dias. Afinal, para quê ir ao teatro se as cortinas já estão sendo abertas fora dele, não é mesmo?

Autor: EMERSON VIANA

3 comentários:

RihoCahelo disse...

Acho difícil julgar outros séculos se nós só vivemos neste ou, no máximo, no final do anterior.

Também não me arriscaria a rotular todos os repórteres, médicos ou lixeiros, de coisa alguma. Existem muitas diferenças entre casos e casos.

Emerson Viana disse...

Rodrigo,
Em momento algum fiz julgamento...apenas disse que a raíz jornalística tinha o objetivo do jornalismo sério.
Fui bastante explícito na crítica, mas não generalizei. Em uma parte eu coloquei que: "A mídia, de uma forma QUASE que geral."
O que vejo nos últimos dias é isso...poucos se salvam desse rótulo de espetacularização da notícia...

Márcio disse...

Caro,

A noticia sempre teve caraáter espetacular. Adivinha por que os jornais sempre usaram manchetes...