quarta-feira, 21 de maio de 2008

Mulheres digitais


Onde estão as mulheres de verdade?


Aquelas que têm marcas de expressões no rosto, sinais adquiridos graças às noites de sono
perdidas com o filho que estava doente? Ou com o filho que chegava de manhã da balada?
As que insistem em reclamar daquela gordurinha a mais, aqueles quilinhos extras ganhos por causa das latas de leite condensado que atacou em momentos de TPM?

Aquelas mulheres mais parecidas comigo, com sua mãe, com suas irmãs?


Onde elas estão?
Nas capas de revistas de beleza?

Sim, muitas delas. Modificadas, claro.
Aquelas marcas que o tempo trouxe junto à experiência foram "magicamente"
apagadas. Lá estão elas, sorridentes, deslumbrantes, impecáveis, com o corpo perfeito e sem nenhuma ruga. Porém elas também são verdadeiras, também sofrem.

Somos ludibriados pelas imagens das tais mulheres perfeitas. Irreais.
Com certeza, aquela mulher na nova capa da Playboy não tem nada “fora do lugar”.
Mas, como isso é possível ?
A resposta é simples: Photoshop.








Afinal, nem a Juliana Paes é perfeita.
























Com o aperfeiçoamento da imagem através do princípio da geometria fractal,
até aquela mulher considerada feia, se torna M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-A pela
manipulação da foto.

É arte, é forma. Não seja iludido(a).
É apenas uma imagem criada a partir de complexas equações matemáticas e fórmulas
que permitem que tudo seja modificado com perfeição, embora ela não exista.


Gleyce Miranda

Um comentário:

Márcio disse...

Texto extremamente pertinente! A escopofilia construída pela geometria fractal! OK.