quinta-feira, 22 de maio de 2008

A foto que liberta


Segundo McLuhan, a fotografia instituiu no mundo o bordel sem paredes. Por meio dela, as imagens podem chegar aos mais diversos lugares. Com o advento da fotografia, as obras-primas, que antes não podiam ser copiadas, passaram a ser reproduzidas e comercializadas. Para conhecer a Monalisa, de Leonardo Da Vinci, não é mais preciso ir ao Museu do Louvre, em Paris. Cópias do quadro encontram-se à disposição em várias partes do mundo. Outro quadro muito popular, também de Da Vinci, é o da Última Ceia, que ilustra uma passagem da bíblia e que, com a fotografia, qualquer cristão pôde ter em sua sala de jantar.


Para Walter Benjamin, da Escola de Frankfurt, a reprodução das obras faria com que as mesmas perdessem sua aura e, conseqüentemente, caissem em lugar-comum. Mas Benjamin errou. As obras de arte não perderam sua aura: viraram espetáculo. Tudo passou a ser objeto para o consumo na reprodutibilidade da arte. Nasceu um fenômeno de coisificação das celebridades e de outros ícones de meios artísticos e culturais.

A fotografia figura como uma extensão dos nossos olhos. Devido à tara por imagem provocada pela escopofilia, as imagens nos seduzem. Estas, por mais trágicas e dramáticas que sejam, são sempre embaladas para consumo para cumprir com êxito o princípio da sociedade do espetáculo.


Na prática, a fotografia promoveu uma revolução artística, já que aproximou lugares, obras e celebridades de muitas pessoas. Hoje, o Louvre vem até as pessoas, haja vista que podemos conhecer o famoso museu via web. Atualmente, tem-se também o culto às celebridades por meio de revistas, programas de entretenimento e outras formas de veicular a vida de famosos. Aliás, com uma câmera fotográfica, os paparazzis flagram estas celebridades em momentos inusitados. Em suma, o primeiro grande efeito da fotografia no mundo foi promover uma ação libertadora da arte, já que o artista passou a não precisar mais representar de forma fidedigna o que vê.

Por Jeniffer Villapando

2 comentários:

Márcio disse...

Belo texto! A fotografia com o cinema inventaram o mundo das celebridades! Bingo!

Silvio de Assis disse...

Esse Blog está muito bom, querida Jeni. Todos escrevendo muito bem e com textos que são acrescentadores.

Parabéns pela idéia desse post, muito boa e muito inteligente.

Beijão, até mais!