segunda-feira, 31 de março de 2008

O bairrismo que aqui impera

A cidade de São Paulo é conhecida por ser, não só a mais importante cidade do país, como também da América Latina, por sua economia, sua cultura e por ser uma metrópole de nível Beta (ou seja, apresenta relevância também para o mundo). Além disso, São Paulo também mostra seus pontos turísticos, bares, boates, parques e uma grande variedade de diversão e entretenimento. Muitos paulistanos bairristas afirmam que seria o fim do Brasil sem o estado paulista.




Avenida Paulista movimentada à noite





Do lado de São Paulo estão os vizinhos cariocas. O Rio de Janeiro recebeu o título de 'cidade maravilhosa' na década de 1930, quando esta ainda estava soberana em tudo perante ao país. Porém, com o tempo, o Rio viu-se como segunda principal cidade do Brasil e ex-capital nacional. Hoje os cariocas recebem turistas todo o ano. Muitos gringos querem ver de perto os tão comentados Pão de Açucar e Cristo Redentor e dar um mergulho nas praias de Ipanema e Copacabana. Grande parte da economia carioca é baseada no turismo da cidade.


Vista do Corcovado para o resto do Rio

Mas, por quê falar de tudo isso? O propósito é ressaltar o bairrismo predominante e a rivalidade existente entre as duas cidades.
São Paulo e Rio de Janeiro são as duas cidades mais importantes do Brasil em praticamente todos os sentidos, mas paulistas e fluminenses se sucumbem a uma briga (isso mesmo, uma briga) que existe desde que o Brasil se conhece por ser independente, ou talvez antes. Mas qual é o motivo desta briga? É possível analisar ambos os lados. Paulistas e paulistanos são consideradas pessoas estressadas por fluminenses e cariocas, que são, por sua vez, considerados folgados pelo povo de São Paulo.

Mas é ainda mais do que isso. Estas capitais ainda brigam para ver qual é a principal cidade do Brasil, mesmo o título já sendo de São Paulo. Além disso, os bairristas de cada território discutem os principais problemas dos rivais e esquecem do seu próprio. Engarrafamentos, atendimentos públicos precários, poluição e violência são problemas ligados a ambas, no entanto são debatidos como se apenas uma das duas fosse portadora destas complicações.

Apesar disso, o bairrismo pode ser um trunfo para beneficiar uma cidade. Cuidar e amar o seu lugar de origem e querer apenas o seu melhor, mesmo com todas as rivalidades e rixas existentes, é um trunfo, é uma vantagem, muito mais do que um problema. As desavenças entre São Paulo e Rio de Janeiro podem ser algo ruim para o país, mas se todos fossem bairristas conscientes, que colocassem suas cidades como prioridade sem esquecer do país, talvez o nosso Brasil estivesse em uma situação melhor. Não é pensando em ver um estado rival em ruínas ou apoiar o separatismo em certas partes do território nacional que vamos ver o nosso país crescer ou melhorar. Devíamos ser uma unidade que pensa nos principais interesses do nosso lugar de origem, afinal, antes de sermos paulistanos ou cariocas, somos todos brasileiros. O bairrismo faz as pessoas esquecerem disso, por isso é um trunfo mal aproveitado, ou muito mal administrado.

Infelizmente nós vemos muitos cidadãos brasileiros desejarem o pior para a cidade vizinha por causa desta rivalidade. É muito difícil dar uma boa olhada para tudo isso e querer que toda essa briga simplesmente acabe. Não é assim que as coisas são e não é isso que vai acontecer. Esta rixa já se prolongou demais para acabar sem mais nem menos. A impressão que dá é que, com o passar dos anos, estes fatos pioraram desde que tudo começou. Minha conclusão é: se é tão difícil deixar de lado o bairrismo do jeito que é, vamos usá-lo a nosso favor. Vamos cuidar, preservar e amar o que é nosso. Vamos nos preocupar com os mínimos detalhes que são da responsabilidade dos cidadãos. No fim, é o que faz a diferença.

Por Lucas Dias Cardoso

4 comentários:

Carlos Gomes disse...

Meu amigo Lucas você foi muito feliz em sua observação. Sou paulista e amo a minha cidade, mesmo com todos os seus problemas. Não tive ainda a oportunidade de conhecer a "cidade maravilhosa", e que não ganhou esse título atoa. Mas é como você disse, temos que parar com essa bobagem de rivalidade, e tomar consciência de que é tudo Brasil.

Por Ravena Dias disse...

Excelente postagem!!!!! Li em outros blogs discussões absurdas sobre esse tema e confesso que fiquei horrorizada, pois em alguns as discussões se tornaram ofensivas e pessoais!!!!
Realmente acredito que devemos cessar esse bairrismo e somar esforços para a melhoria da comunidade em geral e não darmos continuidade a esse sectarismo preconceituoso!
Apesar de cada região desse nosso país continental possuir uma identidade cultural particular ou muitas vezes até peculiar, no final a soma dessas identidades é como nos reconhecemos: a nação brasileira.
Ao longo da história do nosso país algumas batalhas foram travadas para que o território do Brasil fosse mantido tal como o é nos dias de hoje. Não compreendo porquê algumas pessoas continuam incentivando esse separatismo inconcebível!
Na minha concepção cada cidade e suas características são adequadas aos tipos, perfis e preferências de cada pessoa. Como todas as cidades diferem umas das outras e a comparação entre coisas diferentes é inviável, é fato que essa discussão bairrista não nos leve a lugar algum!!!
No final parece que somos muito arraigados a um único lugar, nos transformamos em vegetais, com raízes fixas num único local. Quando deveríamos experimentar lugares diferentes com outras concepções de viver e reconhecer as imperfeições, sim, mas ressaltarmos sempre o que cada lugar tem de melhor para oferecer!!!!
Eu nasci no Ceará, morei no sul, já viajei por esse Brasil varonil adentro e atualmente moro no Rio posso afirmar que: amo o Rio e amo Sampa, assim como amo todo o Brasil. Exatamente por isso estou indo curtir o que Sampa tem de excelente pra me oferecer no fim de semana!

RihoCahelo disse...

Concordo com o Lucas, o bairrismo deve ser usado a nosso favor. Já que não vai deixar de existir nunca.

Ravena, vai ser muito difícil que as pessoas deixem esses preconceitos de lado. Desde pequenos somos ensinados a não gostar do fulano do outro lado do muro. Seja com times de futebol, escolas de samba ou cidades.

E acho ainda que esse é um sentimento da nossa essência, não acho que exista educação capaz de nos ensinar a não ter rivais.

O importante é ter limite. Com respeito, esses bairrismos poderiam ser usados para que tivéssemos uma cidade mais bem cuidada, afinal ninguém a destrói mais que nosso próprio povo.

Márcio disse...

Lucas, talvez fosse melhor discutir como a mídia promove esse bairrismo, não? Assim estaríamops dentro da proposta do curso e da aula!

Márcio Rodrigo