domingo, 30 de março de 2008

George Orwell e a profetização sobre a sociedade moderna


Este ano um clássico da literatura britânica completa 60 anos: 1984, data que intitula a obra de ficção de George Orwell (também autor de Revolução dos Bichos). O livro levanta questões sobre os meios de comunicação e também sobre as extensões do homem.

Antes, vale lembrar que hibridização são as inter-relações de meios ou extensões. Todos os meios são extensões do nosso corpo, ou seja, a projeção que se materializa e se torna parte da gente. Neste momento, por exemplo, o teclado é uma extensão de minha mão. Pronto! Agora posso voltar ao livro 1984.

Poucos sabem, mas a obra serviu de inspiração ao Big Brother. No livro, usa-se a tradução Grande Irmão. George Orwell profetizou sobre os partidos políticos, tendências de direita e esquerda e também refletiu sobre o poder da televisão no controle de vidas e mentes. Na história, em cada apartamento, escritórios, restaurantes e outros estabelecimentos, lá estava ela. O autor a batizou como Teletela. Poderia explicar o livro inteiro, outras implicações filosóficas e teóricas contidas nas 285 páginas desta obra, mas não, a televisão será o objeto de reflexão.

A Teletela é uma espécie de extensão do poder autoritário como também do mundo dos cidadãos. Serve como fábrica de mentiras, cria o medo generalizado, inventa guerras e inimigos, fala do país – no livro, Oceania – como uma grande potência graças ao trabalho do povo – membros do partido. De fato, a televisão no mundo real, dos nossos lares, tem este poder. O ponto central do livro são as extensões e as maneiras que o Partido cria para limitá-las e diminuí-las. O televisor vigia os sonhos, a vida ‘particular’, o trabalho e etc. A foto, que virou cinema, que ganhou som e virou televisão, torna-se um híbrido de controle da opressão ditatorial, que George Orwell descreve em seu livro.

“O enredo sob a perspectiva de Oceania, mostra como teletelas permitem que o Chefe Supremo do Partido, o Grande Irmão – o Big Brother no original inglês –, vigie os indivíduos e mantenha um sistema político cuja coesão interna é obtida não só pela opressão, mas também pela construção de um idioma totalitário, a Novilíngua, que, quando estivesse completo, impediria a expressão de qualquer opinião contrária ao Partido”. (informação contida na orelha da capa da edição da Companhia Editora Nacional, traduzida por Wilson Velloso)

Para finalizar, ficam as perguntas para refletirmos. Os meios controlam nossas vidas? Somos pautados a nos comportar conforme as tendências?

Coadjuvantes ou protagonistas, devemos pensar como agir e assimilar as tempestades de informação.


Jeniffer Villapando

Um comentário:

Carlos Gomes disse...

Olá Jeniffer. Muito interessante a sua pesquisa. Sobre as perguntas:1- Eu acho que algumas pessoas bem capacitadas controlam os meios e por meio deles,controlam a grande massa.2-É Jeniffer algumas pessoas parece que tem que seguir um script,tem que ter instruções,como se fosse um bichinho de estimação. Prefiro seguir as palavras do bom e velho Raul:"eu prefiro ser essa metamorfose ambulante,do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo". Bjs.